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Os 4 níveis da leitura inteligente


Mortimer J. Adler e Charles Van Doren, na obra Como Ler Livros: O Guia Clássico para a Leitura Inteligente, mostram-nos as várias nuances que o ato da leitura pode contemplar.


A leitura, sendo uma atividade e uma arte, tem diferentes modos de ser e fazer. Para os autores, existem basicamente três tipos de leitura: a Leitura para se informar, a Leitura para se entreter e a leitura para aprender. Cada um destes tipos exigirá uma postura diferente do leitor.


Os quatro níveis da leitura inteligente, contudo, ocorrem apenas na leitura para aprender. Quando somos “inferiores” ao autor do livro, pois este detém um conhecimento que não nos pertence (ainda). Por isso, é necessário percorrer o caminho dos níveis para que possamos entender a mensagem que o autor tenta nos transmitir. Deste modo, a comunicação se torna eficaz, porque o leitor recebeu aquilo que o autor quis passar. O leitor passa de um estado de entendimento inferior para um estado de entendimento superior através da leitura ativa, ou seja, através do “processo pelo meio do qual a mente se eleva por conta própria, [...] sem mais nada com que operar a não ser os símbolos contidos no livro” (p. 29).


Percorrendo os quatro níveis da leitura inteligente, você deve ser capaz de não somente saber o que o autor disse, mas também entender o que ele quis dizer com aquilo que disse. E para chegar neste nível, é preciso saber como fazer o livro nos ensinar. Um grande começo é conhecer os níveis que a leitura lhe apresentará.


Nível I - Leitura Elementar

Este é o nível mais simples, ocorre quando a pessoa deixa o analfabetismo e passa a ser alfabetizada. Neste nível, a pergunta que se faz é “o que diz a frase?”.


Nível II - Leitura Inspecional

Podemos chamar este nível de pré-leitura, ou seja, é o seu primeiro contato com a obra, quando você começa a inspecioná-la para saber se deve ler/comprar ou não. Seu objetivo é “examinar a superfície do livro, aprender tudo o que a superfície pode nos ensinar” (p. 39). Neste nível, a pergunta que se faz é “o livro é sobre o que?”.


Nível III - Leitura Analítica

Neste nível a coisa começa a ficar séria. Exige uma “atividade mais complexa e sistemática do que os dois níveis anteriores” (p. 39). Segundo os autores, “a leitura analítica é a leitura propriamente dita, isto é, a leitura completa, plena - a melhor leitura possível” (p. 39). E é neste nível que o livro passa, de fato, a pertencer ao leitor. Quando ele passa a entender o que o livro tem a dizer.


Nível IV - Leitura Sintópica

Como é o último nível, a leitura sintópica é a que exigirá mais trabalho e empenho do leitor. Trata-se de uma leitura, digamos, comparativa. Se procede quando o leitor leu alguns livros sobre determinado assunto e consegue ver a mensagem que é transmitida do conjunto destas obras. Entende onde os autores concordam, onde divergem e onde se complementam. Para quem faz referencial teórico para trabalhos acadêmicos, este é um tipo de leitura frequente no seu cotidiano. Esta leitura é a mais trabalhosa, mas é aquela que demonstra que você tem domínio sobre o assunto, e não somente sobre uma determinada obra.

ADLER, Mortimer J; DOREN, Charles Van. Como Ler Livros: o guia clássico para a leitura inteligente. São Paulo: É Realizações, 2010.

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